A crise prolongada tem feito franquias que operavam apenas com lojas e quiosques tradicionais criarem novos formatos, mais baratos, e que permitam trabalhar em casa. De acordo com as redes, isso ajuda a eliminar custos com espaço físico e folha de pagamento, por exemplo. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) identificou que, no primeiro trimestre de 2019, o home office correspondia a 6,7% das unidades franqueadas brasileiras. No mesmo período de 2018, 4,9%.
Cuidado com as armadilhas disfarçadas de franquia
Apesar de parecer tentador, pelo baixo investimento e a possibilidade de ter horário flexível, o especialista Daniel Bernard, da Netplan Consultoria, avalia que nem toda oportunidade de franquia home office é um bom negócio: muitas podem se apresentar como franquia, mas serem, na verdade, serviços de revenda ou representação comercial. "Perceber a diferença é simples: se a franqueadora está vendo esse empreendedor apenas como meio de escoar produto, é um representante comercial ou uma revenda simples. É tudo, menos franquia." De acordo com ele, a franquia deve prever um modelo de negócio sustentável a longo prazo, que não se baseie apenas na venda imediata de estoque. "Franquia não é concessão comercial nem licenciamento. Claro que o objetivo da franqueadora é vender
produto, mas ela deve orientar o franqueado a comprar e vender sem acumular estoque e com margem suficiente de lucro", afirmou o especialista.
Sempre vale lembrar que o franqueador deve entregar uma lista com os atuais franqueados da marca e os que tenham saído da rede nos últimos 12 meses, junto com a Circular de Oferta de Franquia (COF). O empreendedor pode se certificar sobre a seriedade da proposta com os próprios franqueados da rede. Não é melhor abrir a própria empresa?
Com uma operação simplificada, muitas vezes pode parecer que é melhor abrir o próprio negócio, do zero, do que investir em uma franquia. Bernard diz que isso depende muito mais do perfil do próprio empreendedor do que do negócio em si. "Não existe uma atividade empreendedora no Brasil com o máximo de segurança, mas quem opta por franquia, escolhe um caminho que já foi testado. Como fundador, pode demorar alguns anos até acertar o modelo. É preciso ter uma reserva de capital ainda maior até o negócio engrenar", disse.
Confira seis marcas que têm lojas em modelos tradicionais e abriram, recentemente, a opção de home office. Todas as informações foram cedidas pelas respectivas empresas.
1) Bem - Seguros e Créditos
A franquia disponibiliza produtos e soluções financeiras de crédito e seguro e, no novo modelo, pode ser montada na própria casa do franqueado ou, se preferir, utilizar cafés, hotéis e outros espaços comuns. O foco é o trabalhador que quer uma renda extra ou que não conseguiu se recolocar no mercado.
2) Mr. Fit
Originalmente concebida como uma rede de lanchonetes de fast food saudável, a Mr. Fit criou um modelo em que o franqueado adquire um freezer adesivado e vende os produtos em locais como academias e clínicas de estética. Há também a opção de investir mais (R$ 36 mil), instalar uma cozinha industrial em casa e vender via delivery. Com o freezer, o franqueado já recebe os pratos prontos e é responsável por negociar com os estabelecimentos -mediante treinamento concedido pela franqueadora .
3) Maria Brasileira
O negócio da marca é a contratação de prestadores de serviços gerais, como limpar, passar e cozinha, para domicílio e espaços comerciais. A empresa abriu o home office para cortar custos com espaço físico, uma vez que 90% dos clientes não costumam visitar a unidade. No entanto, o franqueado precisa ter umalinha de telefone exclusiva para a empresa, ter uma carga horária de trabalho e dispor de um espaço exclusivo, fora da residência, para treinamentos constantes dos prestadores. A franquia tem investimentos variados, de acordo com o porte da cidade.
4) Mordidela
Como o próprio nome sugere, o negócio da franquia é vender snacks e refeições rápidas, a preços baixos. No modelo home office, o franqueado vende pratos executivos, salgados, batatas fritas, açaí e outros produtos para estabelecimentos como escolas, bufês, cercearias, bares e mercados. Os valores de investimento contemplam a montagem de uma cozinha industrial na casa do franqueado. De acordo com a marca, está em desenvolvimento um carrinho com refrigeração para vendas diretas.
5) Vivenda do Camarão
Presente majoritariamente em shopping centers, a rede Vivenda do Camarão, especializada em frutos do mar, criou o Vivenda em Casa para atender cidades com menos de 300 mil habitantes e alcançar empreendedores com menos recursos para investimento. O franqueado vende frutos do mar ou os pratos prontos congelados, feitos pela franqueadora, de maneira direta ou por um e-commerce. O público-alvo são os consumidores finais, restaurantes, bares, hotéis, entreoutros.
6) Boali
A antiga Salad Creations tem como carro-chefe a venda de saladas e alimentação saudável em praças de alimentação e lojas de rua. Para instalar um delivery da rede em casa, o franqueado deve ter uma área reservada, sem porta para a rua, e atender as exigências da vigilância sanitária. A venda dos produtos é feita pelo aplicativo iFood. De acordo com a empresa, o próprio franqueado prepara os alimentos, uma vez que não são necessários equipamentos de cozinha industrial, e as porções já vêm todas separadas.
Com informações: Uol Notícias
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